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Escore de cálcio: o exame de coração que você precisa conhecer [+ filme + entrevista Ivor Cummins]

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Vamos falar sobre o mais importante exame de coração? O exame capaz de dizer se você pode ter um ataque cardíaco nos próximos anos. Claro que não estou me referindo ao LDL, mas sim ao escore de cálcio.

Foi uma batalha para conseguir uma mera requisição para fazer o escore de cálcio aqui no sul do país. Mas, felizmente, o Dr. José Carlos Souto me passou a requisição tão necessária para este exame.

Hoje, vamos entender por que você também deve ir atrás desta requisição.

Importante: não encontrei um único hospital que fizesse este exame pelo plano de saúde. O valor médio do escore de cálcio, aqui no Rio Grande do Sul, foi de R$ 350.

Não é um exame caro, levando em consideração que você o fará de muitos em muitos anos – e levando em conta a importância dele para o seu futuro.

O resultado do meu escore de cálcio chega ainda esta semana. Falaremos mais sobre isso ao final do texto.

Se tudo estiver bem, este site prosseguirá – e você assinará o conteúdo para não perder esta viagem rumo à mente mais saudável que um ser humano pode ter (e o corpo que surge a partir disso).

Caso o exame detecte cálcio no meu coraçãozinho, bem, daí farei um conteúdo de despedida e você também não pode perdê-lo.

Então, ativa o sininho vermelho lá embaixo na página. Só assim você garante que receberá os novos conteúdos.

O que é o escore de cálcio e por que ele é necessário?

O Escore de Cálcio Coronário (EC) é o exame que avalia a presença de cálcio nas artérias do coração. Quanto maior a calcificação, maior o risco cardiovascular.

O exame já é bem embasado cientificamente como capaz de prever eventos cardiovasculares futuros. Contudo, ainda sofre alguma resistência de médicos mais atrasados e você entenderá o porquê logo abaixo, no espetacular filme “The Widowmaker”.

Meu ex-cardiologista se negou a me dar a requisição por um único motivo: eu era jovem demais. “Não valia a pena”.

Eu tinha histórico de anorexia, uma doença que destrói o coração, de alcoolismo, drogas, nicotina, sono inexistente, sedentarismo, metade da família morta por infarto, mas… Não valia a pena me examinar. Tome estatinas, disse ele.

A fala do meu cardiologista é apenas uma repetição do que você encontrará nos sites brasileiros: “não vale a pena fazer escore de cálcio em pessoas abaixo de 50 anos”.

Estudo: escore de cálcio para pessoas abaixo de 50 anos

Bem, vamos convidar os cardiologistas brasileiros a conhecerem um amplo estudo da Universidade de Vanderbilt, divulgado em 2017.

  • Os pesquisadores realizaram o exame de escore de cálcio em 3.330 voluntários.
  • A idade dos participantes? De 32 a 46 anos. Repito: de 32 a 46 anos.
  • 30% possuía alguma quantidade de cálcio no coração.
  • Os participantes foram acompanhados por 12,5 anos.
  • Resultado: aqueles que possuíam cálcio nos vasos sofreram 5 vezes mais doenças como infarto.

“Sempre achamos que era preciso ter uma certa quantidade desta placa antes do desenvolvimento de riscos de eventos cardíacos. O que descobrimos é que, para pessoas com menos de 50 anos, qualquer quantidade de cálcio aumenta o risco de doenças cardíacas significativamente”, explicou Jeffrey Carr, o líder do estudo.

“Qualquer quantidade mensurável de cálcio nesta faixa etária mediana, escores menores de 200 ou até menores de 20, representam 10% de chance de ter um ataque do coração ou um infarto, fatal ou não, na próxima década”, alertou Carr.

Carr deixa claro que os resultados não pretendem gerar uma pandemia. Não significa que devemos sair fazendo exames de cálcio em toda a população, mas sim em pessoas que possuem fatores de risco.

Atualmente, ter fator de risco significa tomar remédios indiscriminadamente. Seria interessante trocarmos químicos por exames, não é mesmo?

Seria inteligente.

Meu escore de cálcio: bate-papo com a técnica responsável pelo exame

Lá foi Juliana Szabluk pegar a estrada rumo à capital fazer o escore de cálcio. Após sair da máquina de tomografia, fiz questão de bater um papo com a técnica responsável por este exame no maior hospital do sul do Brasil, o Moinhos de Vento. Vamos ver o que ela falou. Transcrição abaixo:

Juliana: como está a busca pelo escore de cálcio?

Técnica do Moinhos de Vento: tem crescido muito nos últimos anos. Passamos o dia aqui, fazendo um atrás do outro.

Juliana: e são apenas pessoas mais velhas ou pessoas da minha idade também têm procurado?

Técnica: não, muitos jovens têm vindo. É um exame preventivo, certo? Não há idade para isso.

Juliana: se tu soubesse como foi difícil encontrar um médico que aceitasse me dar a requisição na minha idade… Meu cardiologista disse que não valia a pena fazer… Que era melhor que eu apenas tomasse estatinas.

Técnica: muitos ainda fazem isso. Mas, não é o que tenho verificado aqui. Como disse, é um exame de prevenção. É com ele que avaliamos o risco real de problemas cardíacos.

Meu resultado? Ainda não tenho. Meu futuro será conhecido na quinta-feira (10). Até lá, é respiração profunda e foco na pesquisa.

Mas, como cheguei ao escore de cálcio? Veja abaixo.

The Widowmaker: o criador de viúvas

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O melhor lugar para entender o que é o escore de cálcio e por que ele não é amplamente difundido no Brasil é o documentário “The Widowmaker” (o criador de viúvas).

O filme conta a história de como a indústria da medicina barrou o escore de cálcio por anos, levando milhões de pessoas à morte por conta de interesses específicos.

Me repito: como a indústria da medicina matou milhões de pessoas.

Assista a este filme excepcional na íntegra logo abaixo, com legendas em português. Já sabe ativar legendas no YouTube?

  • Se você estiver no computador (desktop): procure o ícone da “roda dentada” no canto inferior direito do player. Clique na roda dentada. Clique em legendas. Escolha a língua que quiser.
  • Se você estiver no celular: clique em cima do filme para que o menu apareça. Você verá um ícone com três bolinhas. Clique nelas. Clique em legendas. Escolha a língua.

Observe o subtítulo do filme: it could save your life. Pode salvar sua vida.

Apenas 50 mil pessoas assistiram ao filme. Quero que este número suba para 50 milhões. Faça um favor para mim e para o mundo: compartilhe este link. Por menos pequenas Julianas Szabluk perdendo seus pais de infarto aos oito anos de idade.

O filme foi originalmente postado no canal do Ivor Cummins, outra pessoa que você precisa conhecer.

Entrevista Ivor Cummins

Se você for comprometido a pesquisar coração e low carb ou problemas cardíacos e cetogênica, encontrará o nome Ivor Cummins estampado nos principais artigos.

Cummins pode não ser o maior lipidologista ou cardiologista do mundo, mas ele é um engenheiro que detém uma ferramenta poderosa: a tecnologia necessária para cruzar dados de estudos.

Cruzar dados, muitos dados de muitos estudos. Foi isso que Cummins começou a fazer quando se deparou com resultados preocupantes de seus próprios exames cardíacos: dislipidemia.

“Tenho cinco filhos e nenhum médico me dava respostas satisfatórias”, explica ele em uma entrevista antológica em um dos melhores canais do YouTube, o What I’ve Learned.

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Para concluirmos este pequeno especial sobre o escore de cálcio, te ofereço algumas passagens da entrevista com Ivor Cummins. Você assiste integralmente, sem legendas, no final do texto. A entrevista foi realizada logo após a fala de Cummins no evento Low Carb Houston.

Fique com as principais falas de Ivor Cummins nesta super recente entrevista. Me despeço por aqui! 

Resistência à insulina

Resistência à insulina ou síndrome metabólica ou, ainda, síndrome cardiometabólica. Há muitos nomes, mas, o que você precisa saber é que a patologia é ter hiperinsulinemia e resistência à insulina ao mesmo tempo.

Se você está em uma dieta de muito baixo carboidrato, você pode ter resistência à insulina periférica, porque suas células querem poupar a glicose, já que você está comendo muito pouca glicose. Isso não é patológico.

Na Low Carb, seu corpo desenvolve resistência à insulina para segurar a glicose fora das células e mantê-la na corrente sanguínea para que o cérebro a utilize.

Você já deve ter ouvido sobre a pessoa que come uma pizza após muito tempo em low carb e se sente péssima. É por isso. Se você está em uma dieta de baixo carboidrato, mantenha seus dias de lixo em um mínimo, pois os grandes picos de glicose não serão bons para sua fisiologia.

Insulina e problemas cardíacos

Ambas as questões estão altamente interligadas. Dr. Joseph R. Kraft disse que “aqueles que têm doenças cardíacas e que não foram diagnosticados com diabetes simplesmente não foram diagnosticados”.

O que ele quis dizer é que a maioria das doenças do coração são diabetes. A diabetes tipo 2 é resistência à insulina. Portanto, a conclusão das pesquisas de Kraft é que as doenças de coração são essencialmente problemas de insulina.

Se você tem hiperinsulinemia e resistência à insulina, há muitas questões afetadas. Não é brincadeira.

Seus marcadores inflamatórios se elevarão, seu TNF-α (fator de necrose tumoral) se elevará, o que afeta as células endoteliais, suas células de gordura ficarão inchadas, é a hipertrofia, e a sinalização da insulina nestas células aumentadas não funcionará tão bem.

Isso levará à redução da adiponectina e ao aumento da leptina, além de diversos outros hormônios fora de controle. Tudo isso também contribui para problemas do coração.

Os picos de açúcar comprometerão componentes no seu plasma. Suas lipoproteínas, suas células sanguíneas etc. Poderia continuar, mas o que importa é que o estado da insulina e da glicose elevada são forças poderosas para doenças nas artérias.

É uma tempestade em todo o organismo.

Cummins aponta um estudo publicado em 2001: Insulin resistance as a predictor of age-related diseases

Veja abaixo os resultados do estudo, realizado com pacientes com média de 50 anos.

Você verá, na tabela, que o SSPG (glicemia do estado de homeostasia) foi usado para definir a resistência à insulina dos participantes. Quanto maior o SSPG, maior a resistência à insulina e maior a quantidade de doenças desenvolvidas pelos participantes.

Cummins conclui que este estudo demonstra que a “resistência à insulina domina o mundo das doenças crônicas”. Observe quantas doenças os pacientes sensíveis à insulina tiveram. Nenhuma. Por um mundo livre de açúcar.

  • CA – câncer
  • Type 2 – Diabetes tipo 2
  • CHD – doenças do coração
  • HT – hipertensão
  • CVA – acidente vascular cerebral

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Cummins explica que o alto grau de resistência à insulina, no estudo, demonstrava um aumento de 40 x no risco de desenvolver as doenças. O LDL, no entanto, representava um risco de 1 x (confira na tabela 5).

Concluindo, “o LDL não previa nada pelos próximos sete anos. O LDL não previa nada e o SSPG previa um risco aumentado em 40 vezes”.

Sim, era mais fácil medir o colesterol há alguns anos. Mas, o mundo mudou e ninguém quer admitir que estávamos equivocados naquele tempo. E mesmo que o colesterol preveja algo é parcialmente porque a insulina alta também aumenta o colesterol. Então, nem se trata de colesterol, mas sim da insulina. Isso é muito vergonhoso.

 LDL minimamente modificado: a causa das doenças de coração

LDL nativo não é um problema. O problema é o LDL minimamente oxidado.

Em um estudo, eles averiguaram que as pessoas com problemas tinham o LDL minimamente modificado. Os saudáveis não possuíam este LDL. Na realidade, o estudo concluiu que o LDL minimamente oxidado matava 40% das células endoteliais em cultura.

Então, eles realmente oxidaram o LDL com cobre. Não era mais minimamente oxidado, mas muito oxidado. E este LDL matou 45% das células endoteliais.

Eles demonstraram que o LDL minimamente modificado em seu sangue, pela hiperglicemia, hiperinsulinemia e todas as outras causas é tão prejudicial quanto o LDL altamente oxidado quando falamos de suas artérias. Esta é a causa das doenças de coração.

Comer é gerar inflamação

Alimentação e digestão levam a processos inerentemente inflamatórios. Em um corpo saudável com uma alimentação altamente saudável, isso é realmente administrável.

Os superóxidos e outras coisas criadas por estes processos de criação de energia, como uma usina elétrica, se você tem sistemas funcionando de forma excelente, a desintoxicação, a conversão e a reciclagem geram muito pouco prejuízo à fisiologia.

Mas, quando você come uma má alimentação e com muita frequência, este processo de torna cronicamente prejudicial ao longo do tempo.

Você não consegue lidar com os processos inflamatórios, você come alimentos que criam efeitos excessivamente inflamatórios, e radicais livres… Conforme você envelhece, seu corpo passa a ser cada vez menos capaz de lidar com essa comida ruim.

Todas as partes da máquina começam a sofrer. Isso é o envelhecimento e a doença crônica. É uma deterioração do corpo por causa dos processos que precisam acontecer para se manter vivo.

Mas, se você se alimenta de forma impecável, com alimentos com alta densidade nutricional, low carb, com alta quantidade de gorduras saudáveis, com uma ampla gama de nutrientes como magnésio, vitamina K2, potássio etc, e você consegue todas as coisas necessárias para que a máquina funcione bem, e você não está se entupindo de óleos puros que não te dão nutrientes quaisquer, se você faz tudo isso e se exercita, você terá uma imensa capacidade de restauração.

Tenho cálcio no coração: o que faço agora?

Se você tem um alto escore de cálcio no coração, isso se formou ao longo de anos. A ironia é a seguinte: há um ano, você começou uma vida low carb, emagreceu e está saudável depois de uma vida ruim.

Hoje, você faz o exame de escore de cálcio e dá 800. Talvez, no ano passado, seu escore fosse 820 ou 780. Não sabemos. A única coisa que podemos dizer é que, neste momento, você tem muita evidência de doenças no seu corpo.

O que você pode fazer? Para todos que têm problemas de coração, de alguma forma, eles devem ter alguma disfunção diabética. Então, uma dieta low carb high healthy fat com jejum é a saída mais óbvia.

Idealmente, com jejum, porque você tem uma grande doença e, portanto, você quer um armamento pesado para lutar. Alimentação saudável é uma ótima intervenção, mas você tem uma grande questão, então, use uma grande intervenção.

Jejum sempre te dará mais resultados. Claro, você precisa se tornar fat adapted primeiro. Torne-se acostumado com sua dieta e, daí, faça jejum. Você precisa ter todos os minerais e vitaminas para que seu corpo se cure. Você não sabe o que fez de errado, então, é melhor fazer tudo certo agora para reverter o quadro.

[Já adianto um futuro conteúdo da minha leitura atual, o livro The Wahls Protocol, que a maravilhosa endocrinologista Janaína Koenen me indicou para o meu caso. Na obra, aprendemos exatamente quais são estes nutrientes para a usina nuclear do corpo, as mitocôndrias]

Exercite-se. Treine a redução de estresse. Medicação para pessoas com escore alto ou com doenças cardíacas prévias podem ser importantes para os efeitos anti-inflamatórios. Você não pode correr riscos com quem tem grandes doenças.

As medicações têm benefícios e também podem ter prejuízos. Use-as com cautela e mantenha as doses baixas. Talvez, você pare de utilizá-las em longo prazo.

Se, em dois anos você faz o exame de escore de cálcio novamente e seu escore está estabilizado ou até reduzido, talvez, você possa reconsiderar a medicação. É uma questão sua com seu médico.

livro ivor cummins keto livro cetogenica low carbMas, nutrição, alguns tipos de exercícios, sono, sol, redução de estresse crônico, todas as questões contribuem para o equilíbrio hormonal e para as questões cardíacas. Se você tem um escore alto, ataque todos os ângulos.

Se seu escore está zerado, cuide da alimentação, faça jejum ocasionalmente, um pouco de exercícios, mas quem tem escore alto precisa de ação séria.

No meu livro, Eat rich live long falamos muito sobre isso. É uma longa história se você tem um escore de cálcio elevado.

Se você tem um escore muito elevado, faça os exames a cada 18 ou 24 meses. Dê tempo para que as intervenções tenham efeito. O ideal é que os níveis tenham estabilizado ou aumentado algo como 5%.

Pessoas com cálcio elevado que não fazem nada, normalmente, veem o escore de cálcio aumentar entre 20% e 40% ao ano… Até que surge o infarto. Quando você age, o cálcio para e esta estabilidade é tão saudável quanto ter um escore baixo.

Se você tem um escore baixo, você pode refazer o exame após seis anos, se você estiver próximo dos 50 anos de idade. É pouco provável que você tenha uma surpresa ao refazer o exame após dois anos, principalmente se você estiver fazendo as coisas certas.