Artigos

Aula prática sobre estrogênio e progesterona para mulheres extraordinárias

PROGESTERONA PARA CÉREBROS HIPERSENSÍVEIS

Após testar progesterona micronizada (utrogestan) em conjunto com estrogênio por 4 míseros dias e ver meu corpo se destruir, desisti dos estudos padrão e voltei ao meu posicionamento de sempre: não gosto de progesterona para nós.

Concordo com Michael D. Fox: progesterona é um problema na mulher hipotalâmica. Tive duas clientes que se deram bem com progesterona – justamente, clientes com endometriose. Progesterona é um dos tratamentos mais usados, porque os níveis de progesterona nestas mulheres pode estar reduzido.

De resto, progesterona gera caos nas minhas mulheres. O que fecha com a explicação de uma autora que eu estou de olho há anos, a Lara Briden. Veja o que ela nos coloca:

Não deixe de ler a aula de Michael D. Fox, o endocrinologista que usa Estradiol e cetogênica para fertilidade em sua clínica na Flórida.

>> Estresse, hipotireoidismo e desregulação hormonal: epidemias femininas

 

PROGESTERONA, POR LARA BRIDEN

“Para a maior parte das mulheres, progesterona é boa para o humor, porque é convertida em um neuroesteroide chamado alopregnanolona, que acalma os receptores de GABA. Os efeitos calmantes da progesterona explicam porque em tempos de progesterona elevada (fase lútea e gravidez), as mulheres podem passar por sono elevado.

Mas, para mulheres com Transtorno Disfórico Pré-Menstrual, a alopregnanolona não acalma os receptores de GABA, pelo contrário, podem produzir mais ansiedade e humores negativos.

Isso ocorre não porque mulheres com TDPM têm mais alopregnanolona – elas têm menos aliás. O que parece ocorrer é uma resposta anormal à alopregnanolona por um problema nos receptores de GABA.”

 

Esta fala da Lara Briden traduz absolutamente tudo que eu tenho visto em prática. Nossa chave é estrogênio e GABA. Quando olhamos para serotonina, na realidade deveríamos estar olhando para o irmão estrogênio, com correlação direta. E todo tratamento psiquiátrico ou nutricional ou até mesmo em vida deve estar voltado ao GABA.

O estresse gerado pela má regulação Alo-GABA na fase lútea foi discutido em uma recente pesquisa, Allopregnanolone in premenstrual dysphoric disorder (PMDD): Evidence for dysregulated sensitivity to GABA-A receptor modulating neuroactive steroids across the menstrual cycle.

“… The literature supports the hypothesis that PMDD pathophysiology is rooted in impaired GABAA-R response to dynamic ALLO fluctuations across the menstrual cycle, manifesting in affective symptoms and poor regulation of physiologic stress response.”

Isso resume minha década de trabalho e me parece o porquê de cetogênica e anticonvulsivantes serem tão bons para nós. E a beleza do baclofen nestas desordens também. Todos atuam sobre GABA.

Por último, o porquê dos neurologistas mais conceituados nos passarem benzodiazepínicos na fase lútea: elevar gaba. Contudo, a taxa de ideação suicida e desregulação de humor com benzos me faz evitá-los. De todos os moduladores de GABA, considero o benzodiazepínico o mais perigoso em termos de desestabilização de humor e adicção.

Então, para as filhas do MIGRAINE BRAIN, progesterona parece um problema. E o GABA + ESTROGÊNIO  parecem a chave.

>>> Download da nova edição do best-seller da Lara Briden na nossa biblioteca (em inglês), “PERIOD REPAIR MANUAL – NATURAL TREATMENT FOR BETTER HORMONES AND BETTER PERIODS

>> Para quem tiver interesse, quero que analisem o novo tratamento para depressão pós-parto aprovado em 2019 pelo FDA, o BREXANOLONE, cuja base é alopregnanolona. Um problema aos meus olhos, porque grande parte das mulheres que sofrem de depressão pós-parto são justamente as mulheres citadas pela Briden.

O estresse gerado pela má regulação Alo-GABA na fase lútea foi discutido em uma recente pesquisa, Allopregnanolone in premenstrual dysphoric disorder (PMDD): Evidence for dysregulated sensitivity to GABA-A receptor modulating neuroactive steroids across the menstrual cycle.

“… The literature supports the hypothesis that PMDD pathophysiology is rooted in impaired GABAA-R response to dynamic ALLO fluctuations across the menstrual cycle, manifesting in affective symptoms and poor regulation of physiologic stress response.”

 

COMO REPOR ESTRADIOL / ESTROGÊNIO

O adesivo Estradot, da Novartis, tem estado em falta no mercado. Eu ligo pra lá, falo com eles, e o produto vai e volta há meses. É o adesivo usado pelo Michael D. Fox. Mas, não posso mais depender da Novartis no Brasil. Por isso, passei a assistir às aulas da Dra. Loreta, que tem um material estupendo sobre isso. Conversei com muitas leitoras e este é meu resumo.

Conteúdo da Dra. Loreta sobre ESTRADIOL (assista ao vídeo abaixo)

 

ATENÇÃO: Dra. Loreta direcionará o conteúdo para mulheres sem útero – e que portanto usarão apenas Estradiol, sem progesterona. Eu iniciei este conteúdo falando sobre o problema da progesterona para nós precisamente por isso, porque ao meu ver nós entraremos neste escopo de mulheres. Não por não termos útero, mas porque progesterona afetará gravemente os receptores de gaba, que são a nossa meta principal.

As 3 formas de repor estradiol: gel, oral ou adesivo

Fiz as conversões para que vocês tenham sempre uma ideia das doses em todos os tipos, gel, oral e adesivo. Por exemplo, o Estradot mais elevado era de 100mcg. Isso dá 0,1mg.

Se tu for usar o gel Oestrogel, cada pump liberará 0,6mg. Isso dá 600mcg. É bem acima do que era o Estradot. Gosto muito desta elevação de estrogênio, porque fecha com os estudos de modulação que tenho encontrado. O estradot ficava bem abaixo do que eu vinha pesquisando.

Como Dra. Loreta coloca no vídeo, o padrão de reposição de estrogênio é de 1mg (1000mcg).

Bem, seguem as explicações da Dra. Loreta detalhadas abaixo.

ESTRADIOL EM GEL

Sandrena gel: cada sachê terá 0,5mg (500mcg) ou 1mg (1000mcg)

Oestrogel: cada pump liberará 0,6mg (600mcg)

Estreva gel: cada pump liberará 0,5mg (500mcg)

ESTRADIOL ADESIVO

Caso tu não queira gel e opte por manter adesivo, como era o Estradot, o indicado é o Systen (25mcg ou 50mcg). O uso do Systen é exatamente igual ao do Estradot. A caixa tem 8 adesivos que devem ser trocados a cada 4 dias.

ESTROGÊNIO ORAL

Caso tu esteja em menopausa e queira ir com dose mais elevada, um dos que me foram massivamente indicados nas mídias e que é o mencionado pela doutora é o Natifa. A dose do Natifa é de 1mg (1000mcg).

As outras versões do Natifa, o Natifa Pro e o Natifa Pro UBD (ultra baixa dose) é que estes outros dois tipos também contêm o acetato de noretisterona, uma progestina. Neste caso específico, levando os receptores de gaba em consideração, não queremos a progestina. De fato, este valor acima eu vejo em estudos para mulheres entrando em menopausa ou menopausadas. Mas, pode ser interessante para quem tem valores baixos de estradiol em exames.

 

O REAL PROBLEMA DO ESTROGÊNIO NO HUMOR

Uma nota fundamental da minha prática e estudo: quero que fiquem atentas que minhas mulheres não têm deficiência de estrogênio. Isso fica claro nos exames: maioria esmagadora, incluindo eu mesma, tem resultados ótimos nos exames de sangue.

Nosso problema é a OSCILAÇÃO. Isso está muito bem consolidado nos estudos. Portanto, me parece lúcido que o estrogênio, nestes casos, seja usado apenas após a ovulação e durante toda fase lútea, até os primeiros dias da menstruação passarem e o estrogênio voltar a níveis dignos.

Lembrando que o estudo Ovarian Hormones and Reward Processes in Palatable Food Intake and Binge Eating, que é apenas uma das pesquisas sobre a influência de estrogênio e progesterona nas compulsões mostra claramente que estamos em risco de compulsão em dois ambientes: estrogênio baixo e também quando estrogênio está alto mas progesterona também está alta.

Ainda, deem uma olhada nos estudos falando de progesterona e saúde mental. Lista dos estudos na Pubmed (um tema debatido desde a década de 1960). A ciência não é tão limitada assim. Creio que nos tornamos limitados quando queremos entregar verdades absolutas e tratamentos milagrosos para as mulheres.

 

 

Aula prática sobre estrogênio e progesterona para mulheres extraordinárias 1

 

Disclaimer: este conteúdo é informativo para o público em geral com base em pesquisas científicas e não substitui avaliação com seu profissional de saúde.