Compulsão alimentar? Consumo de telas x consumo de comida

Vício em açúcar, vício em comida, vício em substâncias químicas qualquer. Usamos o termo vício para tantas questões, não levando em conta que o objeto não é o foco da questão: estamos viciados naquilo que o objeto gera em nós. Ao compreender isso, você poderá começar a levar a sério comportamentos interligados àquilo que você considera o problema fundamental.

Todos estes comportamentos e situações constroem o contexto perfeito para o uso abusivo de qualquer objeto. A partir daqui, você se colocará frente a três posicionamentos diferentes:

1 – entender que você não é uma pessoa sem solução.

2 – entender que, se não é possível ou desejável mudar o contexto agora, a consequência pode ser acolhida com amor.

3 – criar uma estratégia mais lúcida, que englobe o máximo de fatores possível para jogar ao seu favor.

Por fim, parar de achar que compulsão alimentar é um espírito que desce do céu e acomete seu cérebro. Você é tanto o resultado do contexto quanto aquele que constrói o contexto. Os processos são lentos, as novas escolhas podem gerar sofrimento. Não é simples afastar amigos destrutivos, não é simples abandonar uma carreira, não é simples largar os filhos em uma escola integral caríssima e que nos separa deles o dia inteiro.

Não é simples abdicar do contato com os amigos, da vida individual que as telas nos propiciam, das buscas intelectuais que a maternidade remove com tanta força.

Ninguém disse que você precisaria abdicar de tudo isso. O que digo é que da consequência de suas escolhas você não escapará. Felizmente, o objetivo da vida humana é muito mais reconhecer esta interligação de fatores do que ser perfeita.

Falaremos muito sobre cada um destes fatores. Hoje, quero conversar contigo sobre o uso de telas e seu possível impacto nos seus estados mentais.