Depressão? Isolamento? Perda de sentido? Seu tratamento pode ser bem mais simples do que te disseram

Olá, me chamo Juliana Szabluk, sou psicoterapeuta com especialização em psicologia oriental e junguiana,  em Terapia Comportamental Dialética e em Neuroarquitetura, como teu ambiente afeta teu organismo. Trabalho com incontáveis áreas da saúde mental e cerebral humana, seja da perda cognitiva, desordens afetivas, alimentares, traumas e todos os medos pânicos que dificultam uma vida com fluidez. Enfim, transtornos de neurodesenvolvimento.

MAs, claro, u tenho minha própria condição: há mais de 10 anos, venho estudando como tratar minha própria depressão de inverno, que é bem grave e só ocorre nesta metade do ano (no Rio Grande do Sul, o inverno dura seis meses).

Transtorno Sazonal de Inverno é um dos transtornos que mais atendo. E a cada ano eu agrego alguma nova ferramenta de tratamento: hormônios, neurotransmissores, terapia da luz, cetogênica, nutracêuticos que vão dos MCTs, aminoácidos, minerais, vitaminas e os mais potentes antioxidantes que existem. Eu li e testei cada estudo escrito sobre o tema…

E, neste ano, eu vou tentar uma nova tática e vocês vão me ajudar. Ontem, eu baixei pela metade o valor de todos os meus tratamentos. Eu vou preencher todo meu tempo com o que mais amo e sei fazer: atender vocês. 

JULIANASZABLUK.COM/CONSULTORIAS

 

Então, a minha terapia no gelo de 2024 será o trabalho e eu te explicarei o porquê com a fala do psiquiatra PhD Robert Drake, em seu artigo para a revista Epidemiology and Psychiatric Sciences de Cambridge. Vamos ver o que o especialista que dedicou a vida toda a tratamentos para depressão sem medicamentos tem a nos ensinar. Diz ele:

O emprego é uma intervenção crítica de saúde mental

“Estar trabalhando é extremamente importante nos cuidados de saúde mental. Aqui, nós, defendemos um novo paradigma de tratamento em saúde mental que enfatize o emprego, porque o emprego apoiado é uma intervenção baseada em evidências que pode ajudar a maioria das pessoas com deficiência de saúde mental a ter sucesso num emprego integrado e competitivo.

Ao contrário da maioria dos tratamentos de saúde mental, o emprego gera autossuficiência e conduz a outros resultados valiosos, incluindo autoconfiança, respeito pelos outros, rendimento pessoal e integração comunitária”, defende Dr. Drake.

Um estudo recentemente lançado pela American Medical Association e publicado na Frontiers of Psychopathology traz já no título a chave da questão: “Depressão: Uma doença do isolamento, uma doença da desconexão”.

A autora do estudo, a PhD Lucy Osler, explica que

“o aumento absurdamente exponencial da psicopatologia exige que consideremos o rompimento das relações sociais não apenas como resultado da depressão, mas como uma característica central do que é vivenciar a depressão.”

O crescimento de doenças mentais nos últimos anos

De 2020 para 2024, os sintomas depressivos cresceram de 193 milhões de pessoas para 246 milhões, o que representa aumento de 30% em 4 anos. Os transtornos de ansiedade cresceram de cerca de 298 milhões para 374 milhões, o que representa um aumento de cerca de 25%, concluiu Revisão Sistemática da Lancet

Dr. Robert Drake prossegue em seu artigo:

“O emprego é tanto uma intervenção de saúde crítica como um resultado significativo para pessoas com perturbações mentais graves, como esquizofrenia, bipolaridade e depressão (Knapp e Wong, Referência Knapp e Wong 2020).

Mesmo as pessoas com transtornos mentais mais graves relatam maior qualidade de vida, maior autoestima e menos sintomas psiquiátricos quando estão empregadas (Luciano et al., Swarbrick e Swanson2014).

Defendemos, portanto, um novo paradigma na saúde mental, afirmando que ajudar as pessoas com emprego deve ser uma intervenção padrão dos tratamentos de saúde mental por diversas razões.

Em primeiro lugar, o emprego melhora o bem-estar, a auto-estima, controle dos sintomas, qualidade de vida, relações sociais e integração comunitária, sem efeitos secundários prejudiciais (Drake et al., 2013).

‘Nenhuma outra intervenção de saúde mental mostra tantos benefícios tão consistentemente quanto o trabalho.’

A saúde precisa olhar para a função social. O emprego melhora a qualidade de vida, como argumentou por décadas a psiquiatra Patricia Deegan:

“As pessoas com transtornos mentais veem a recuperação como uma vida significativa, ativa e funcional, e não como uma ausência completa de sintomas. O ser humano apenas consegue aprender a tolerar e a lidar com sintomas se tiver uma vida que considere valiosa”

argumenta Deegan para a American Psychological Association e prossegue em sua conclusão:

“Uma vida significativa não é necessariamente uma vida livre de sintomas psiquiátricos. O que importa de fato é se os sintomas impedem o florescimento geral do paciente. E isso, por sua vez, depende se os sintomas são o foco ou apenas uma parte superável de prioridades mais elevadas do paciente na vida.

Os novos tratamentos de saúde mental precisam ir além da mera supressão de sintomas e terem como prioridade máxima o direito humano fundamental de buscar uma vida significativa. E incluir o emprego nas terapias é parte essencial da recuperação.”

 

Conheça meu trabalho e, se houver conexão, me chama. Estaremos mais próximas do que verdadeiramente significa saúde humana.

Atendimentos com Juliana Szabluk: otimização e saúde mental, emagrecimento e energia no ápice

Dados científicos curiosos sobre doenças no inverno

Tu sabia que não é só depressão que se agrava no inverno, certo? Transtorno disfórico pré-menstrual, esquizofrenia, bipolaridade, doença de Parkinson, esclerose, derrame, enxaqueca, fibromialgia, Raynaud, reumatismo, enfim. Todas as doenças inflamatórias, porque o inverno eleva a resposta imunológica, que eleva inflamações? Aliás, tu sabia que anorexia e bulimia também se elevam significativamente? E que compulsão alimentar aumenta em até 26%?

Suspiro.  São 15, 20 anos de estudo sobre o impacto do meio nestes cérebros extraordinários. Da pressão barométrica, umidade, o que for…. eu estarei lá, buscando a resposta. Sempre.

Estudos fontes, referências deste conteúdo

Artigo que embasou este conteúdo: Employment is a critical mental health intervention. Epidemiology and Psychiatric Sciences. 2020;29:e178. doi:10.1017/S2045796020000906

https://www.cambridge.org/core/journals/epidemiology-and-psychiatric-sciences/article/employment-is-a-critical-mental-health-intervention/FCA558EB3AF466D2EB7D5B4A2FAF7C4D

Revisão sistemática: Global prevalence and burden of depressive and anxiety disorders in 204 countries and territories in 2020 due to the COVID-19 pandemic COVID-19 Mental Disorders. Lancet. DOI:https://doi.org/10.1016/S0140-6736(21)02143-7

Revisão sistemática: Association of Returning to Work With Better Health in Working-Aged Adults: A Systematic Review. American Public Health Association https://doi.org/10.2105/AJPH.2011.300401

Revisão sistemática: A systematic review of psychosocial interventions for people with co-occurring severe mental and substance use disorders. J Subst Abuse Treat. doi: 10.1016/j.jsat.2007.01.011.

“An illness of isolation, a disease of disconnection”: Depression and the erosion of we-experiences”. Front. Psychol. 2022. Sec. Psychopathology https://doi.org/10.3389/fpsyg.2022.928186

‘Evidence-based Supported Employment for People with Severe Mental Illness: Past, Current, and Future Research’. DOI: 10.3233/JVR-130666

“An illness of isolation, a disease of disconnection”: Depression and the erosion of we-experiences. Front. Psychol. https://doi.org/10.3389/fpsyg.2022.928186

Recovery: The lived experience of rehabilitation. Psychosocial Rehabilitation. American Psychological Association. https://doi.org/10.1037/h0099565