Trauma: do que ocorreu no seu cérebro (pra sempre) ao perdão àquele que mais deveria ter te amado, mas te ensinou dor e medo

“Trauma não é o que aconteceu com você, mas o que acontece dentro de você como resultado do que aconteceu com você”, Gabor Maté

“Trauma” é uma palavra grega para “ferida”. Literalmente é isso o que significa. “Trauma não é o evento que infligiu a ferida. Trauma é a ferida que você sofreu como resultado da violência, do abandono, da negligência sofrida e sentida por cada célula do seu organismo.

Minha ferida não foi porque minha mãe me entregou a um estranho quando eu era criança. Minha ferida foi que eu fiz isso significar que eu não era amável e não era querido e estava sendo abandonado.

Somos filhos da geração do seja sempre uma máquina forte, não chore, guerra, luta, prossiga não importa o que houver.

Então, se você era um bebê e estava chorando te deixaram sozinho em seus medos, e eles aprenderão a não chorar – e você, como pai, terá ensinado seu filho a matar a humanidade em si mesmo desde o início.

Na realidade, chorar é o ato mais potente para regular o sistema nervoso autônomo. “Chorar ativa o sistema nervoso parassimpático e restaura o estado de equilíbrio do corpo.”

Então, mandar seu filho calar ou omitir o que ele teme ou sente em nível psicológico, isso envia a mensagem de que as necessidades afetivas da criança não importam. Você, como pai, está ensinando ao seu filho que ele está sozinho e que o mundo não é confiável.

Quando a criança está chorando, está expressando uma grande necessidade de conexão, que é o que nos mantém apaixonados pela arte de viver.

Quando a necessidade não é atendida, a criança fica estressada e o cérebro fica inundado de estressores que interfere no desenvolvimento cerebral.

Trauma e a Mãe Mortífera – Marion Woodman

Marion Woodman a principal pupila de Carl Jung sobre o Feminino e transtornos alimentares, dirá que “A energia da Mãe Mortifera surge quando  quem mais amamos e confiamos nos destrói. Foi isso que aconteceu no trauma original; confiamos em nossa amada mãe, mas de repente percebemos que não éramos aceitáveis ​​para ela. Percebemos que nossa mãe desejava que nós, ou alguma parte de nós, que estivéssemos mortos.”

Seu olhar, sua fala penetra tanto na psique quanto no corpo, transformando-nos em pedra. Isso mata a esperança. Isso nos mata. Nós desabamos. Nossa energia vital se esgota e afundamos na escuridão ctônica.

Se continuarmos a negar a existência da Mãe Mortifera, estaremos prestando um péssimo serviço a muitos, explica a PhD em antropologia e psiqu humana, Daniela Sieff, especialista no trabalho da Wodman.

Para trazer esse a Mãe Sanguinária à luz, devemos primeiro descer ao seu submundo, com compaixão e consciência sobre sua história. Só assim permitiremos que essa força avassaladora nos permitirá vê-la e aceitá-la como ela é – por mais terrível que seja.

Os humanos são capazes de muitas coisas, e é errado acreditarmos que alguns humanos são incapazes de tais coisas apenas por causa de sua identidade e/ou laços familiares com uma criança. No fim, a Mãe Sanguinária é um arquétipo que nos obriga a realizar a tarefa humana completa, descendo ao inferno e aprendendo nossa crença indubitável no amor pela vida.

“Trauma não é o que aconteceu com você, mas o que acontece dentro de você como resultado do que aconteceu com você”, nos diz Maté. E o que ocorre então?

Como o trauma atua no cérebro

Em termos simplistas, três partes do cérebro – a amígdala, o hipocampo e o córtex pré-frontal – são as áreas do cérebro mais afetadas por traumas emocionais. Eles deixam o sobrevivente do trauma em constnte medo do mundo, das pessoas, da vida.

  • AMÍGDALA: processamento emocional, especialmente do medo e da ansiedade. No caso de trauma, a amígdala fica hiperativada enviando constantemente mensagens de terror ao hipotálamo, alterando frequência cardíaca, pressão arterial e respiração.
  • HIPOCAMPO: regula motivação, emoção, aprendizagem e memória. Estudos demonstraram que ele é afetado na maior parte dos distúrbios neurológicos e psiquiátricos.
  • CORTEX PRÉ FRONTAL: regula nossos pensamentos, ações e emoções, além da tomada de decisão e capacidade de lidar com o estresse. Assim, o córtex pré frontal está envolvido na flexibilidade comportamental e na extinção das respostas de medo.

Estas pessoas vivem 24h em ansiedade, solidão e pânico fisiológicos. 3 neurotransmissores mais acalmam a amígdala: Gaba, oxitocina, serotonina. E 3 mas tocam terror nela. Em ti: adrenalina, noradrenalina e cortisol.

Daí tu pensa se tu merece viver no medo, na pressa e pressão maquinal pra sempre ou se algum dia tu vai lutar pelo afeto que nunca recebeu.

Faça o download dos dois grandes best-sellers do médico Gabor Maté e da analista junguiana Marion Woodman em epub e pdf:

1 – When the Body Says No – The Cost of Hidden Stress

2 – The Myth of Normal: Trauma, Illness and Healing in a Toxic Culture

3 – O vício da perfeição – Woodman

Links referenciais

Documentário Dancing in the Flames – ‘Two Marions’ com legendas automáticas em português 

Palestra Marion Woodman: Segurando a tensão entre os opostos 

Faça o curso gratuito “A Return to Wholeness with Dr. Gabor Maté. Discover the truth about trauma — and what it takes to heal” 

E depois faça todos os cursos deste médico húngaro/canadense, líder global na defesa de como trauma e estresse são a grande causa das doenças crônicas atuais