Quer tratar diabetes e obesidade? Não esqueça do sono

Uma das maiores causas do diabetes tipo 2 é o sono. Más noites de sono, apneia do sono, insônia, baixa qualidade de sono por dores, estresse ou não conseguir relaxar, o que for (1).

O vídeo de hoje foi produzido a partir do relato de caso, vídeo anterior, do caso de uma cliente cuja glicose nós baixamos de 560 para 160 em pouco tempo sem medicação: fazendo ela dormir bem.

Um terço da população sofre de privação de sono (Sleep Foundation), e isso vem aumentando ano após ano – assim como o diabetes.

Os casos de diabetes estão aumentando em todo o mundo, com esta condição afetando mais de 6% da população mundial. Nos Estados Unidos, de acordo com a Associação Americana de Diabetes, cerca de 37,3 milhões de pessoas – ou 11,3% da população – têm diabetes, das quais mais de 35,4 milhões têm diabetes tipo 2.

Também preocupante, em 2019, 96 milhões de americanos com 18 anos ou mais tinham pré-diabetes.

Colocarei as principais fontes para este vídeo abaixo:

Sono profundo prevê glicemia do dia seguinte

Cell/2023: Deep-sleep brain waves are linked to blood sugar control (2)

  • O sono mais profundo prevê a glicose no dia seguinte dos pesquisados
  • Esta associação sono-glicose é parcialmente mediada pela atividade autonômica (sistema nervoso autônomo simpatico e parassimpático)
  • O sono pode regular o status glicêmico seletivamente por meio da sensibilidade à insulina
  • As ondas cerebrais NREM oferecem, portanto, um biomarcador glicêmico e um potencial alvo terapêutico para o diabetes.

O estudo, publicado na Cell Reports Medicine, sugere que, ao ativar o sistema nervoso parassimpático, o sono profundo aumenta a sensibilidade do corpo à insulina, melhorando o controle do açúcar no sangue.

Níveis de sono e glicemia

“Ao longo das últimas décadas, o número médio geral de horas dormidas por noite aparentemente diminuiu. Essa diminuição do sono pode ter contribuído para o aumento da obesidade e do diabetes que ocorreu no mesmo período”, explica a Sleep Foundation.

Evidências epidemiológicas indicam que (3) a perda parcial crônica de sono pode aumentar o risco de diabetes. Estudos laboratoriais demonstraram que a restrição do sono está associada a um aumento na atividade nervosa simpática e a uma diminuição na sensibilidade à insulina sem compensação adequada na função das células beta, resultando num impacto na homeostase da glicose e num risco elevado de diabetes. A função das células beta é manter a homeostase da glicose.

Sono como tratamento do diabetes

Conclusões (4): Nossos resultados sugerem que sintomas frequentes de insônia causam níveis mais elevados de HbA1c e, por implicação, que a insônia tem um papel causal no diabetes tipo 2. Estas descobertas podem ter implicações importantes para o desenvolvimento e avaliação de estratégias que melhorem os hábitos de sono para reduzir a hiperglicemia e prevenir o diabetes.

Fontes de estudos:

1 – Obesity, diabetes, and exercise associated with sleep-related complaints in the American population doi: 10.1007/s10389-011-0398-2

2 – Coordinated human sleeping brainwaves map peripheral body glucose homeostasis. Cell/2023 DOI:https://doi.org/10.1016/j.xcrm.2023.101100

3 – [Insomnia in diabetes] PMID: 19768935

4 – DOI: 10.2337/dc21-0089 Diabetes Care/2022