Curiosidade como cura das desordens nos mecanismos de recompensa

 

 

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Por volta de 2015, quando eu trabalhava para o TED, o neuropsiquiatra Jud Brewer era especialista em ressonância magnética, como Daniel Amen, e usava suas pesquisas no tratamento de vícios e compulsões. Ele ficou mundialmente conhecido pelo TED e estudava, como eu, o papel do estresse, dos glicocorticóides, no metabolismo. Mas (espero que como eu), ele largou tudo pra trabalhar com Mindfulness na psiquiatria. Por quê? Porque ele descobriu a mesma coisa que eu:

a cura da apatia, da falta de paixão, não é força de vontade, é curiosidade.

Vocês não me contratam pra ter força de vontade pra vencer, mas porque vocês sabem que eu sempre volto. Eu sei cair e voltar. Rápida e lindamente. Porque eu quero saber da minha jornada, do meu mito, da minha narrativa. 

Foi o que descobriu um novo estudo divulgado na Duke University, que revela o paradoxo da curiosidade humana: quanto mais os participantes eram curiosos sobre a história apresentada, mais eles resistiam à tentação de pular as etapas pra chegar rápido ao final. Mais eles valorizavam a jornada da descoberta. 

O estudo usou vídeos de suspense de 30 segundos, que permitiam que os participantes pudessem pular para o final a qualquer momento, se assim quisessem. Os pesquisadores descobriram que a curiosidade estava ligada ao PRAZER (“joy”), e dizem que esta é a chave para explicar porque os espectadores evitam spoilers e preferem assistir às séries na íntegra.

“Quando pensamos em curiosidade, frequentemente pensamos nela como busca por respostas imediatas, disse Abby Hsiung, Ph.D. na Duke Institute for Brain Sciences e líder da pesquisa.  “Mas, descobrimos que, quanto mais curiosas as pessoas são, mais motivação possuem para esperar pelo final e mais ávidas (famintas, “eager”) elas se mostram na busca por respostas.

Este é meu trabalho: fazer tu te tornar o ser mais CURIOSO sobre tua própria narrativa.

“Curiosity Evolves As Information Unfolds”, por Abby Hsiung PNAS, setembro 2023 

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