A tireoide é o órgão com maior quantidade de selênio no corpo humano, sendo o mineral fundamental na produção dos hormônios da glândula. Mas, selênio é um dos minerais faltantes na dieta cetogênica. Ele aparece na lista do estudo de Beth Zupek-Kania, que é de extrema importância, justamente para sabermos quais exames pedir e para cruzarmos informações entre histórico e dieta, direcionando suplementações.
Veja a lista de nutrientes faltantes no estudo original ou o no especial sobre o tema no Telegram exclusivo dos apoiadores do Revolução Keto.
Por que selênio para mulheres?
A maioria esmagadora das médicas pede exame de selênio quando falamos de saúde mental ou hormonal. Isso porque selênio é chave na conversão do T4 para o T3 (será esta mais uma causa para o T3 cair na cetogênica? Fiquemos de olho nos exames individuais de selênio).
Por isso, muitos estudos observam o uso do selênio em conjunto com levotiroxina (T4), mesmo que alguns médicos sugiram apenas repor o mineral sozinho mesmo.
Deficiência de selênio está associada a doenças da tireoide:
- Hipotireoidismo
- Hipotireoidismo subclínico
- Hashimoto
- Câncer de Tireoide
- Doença de Graves
Ainda, diversas pesquisas demonstram que suplementação do selênio é fator importante na redução do TPO (Antiperoxidase tireoidiana), um marcador essencial no diagnóstico de Hashimoto.
Izabella Wentz, uma das maiores especialistas em tireoide no mundo low carb / keto, fez uma pesquisa com suas clientes, chegando ao número de 63% de mulheres deficientes em selênio. Outros nutrientes comumente deficientes nestas pacientes, diz Wentz, são Ferro, B12, Vitamina D, Magnésio e Tiamina (B1).
É importante dizer que nem tudo se trata de números no exame. Em mulheres com excesso de iodo, pode haver excesso de peróxido de hidrogênio, que é produzido no processo de conversão de hormônios. O selênio é usado para neutralizar este composto (junto com glutationa). Excesso de iodo pode levar ao excesso de peróxido de hidrogênio, que é inflamatório, e nem mesmo níveis normais de selênio dariam conta do processo.
Como suplementar selênio?
Um valor médio usado em estudos é de 200mcg de selênio ao dia, com ou sem uso simultâneo de levotiroxina. Este suplemento pode ser facilmente encontrado na internet.
Outros estudos já usaram direto a L-selenometionina para elevar a eficácia na metilação, no mesmo valor: 200mcg ao dia. selenometionina pode ser comprada no mercado livre, da estupenda Thorne.
Tempo de tratamento
Estudos demonstram melhoria nos marcadores de Hashimoto, com suplementação de selênio após 3, 6 e 12 meses de suplementação. Sim, é lento.
Lembrando que selênio pode ser ainda mais importante para mulheres que suplementam iodo na dieta cetogênica. Dois fatores unidos que podem sim representar a necessidade de selênio extra.
Castanha do Pará?
Eu sei que vocês estão pensando na castanha diária. Justo. Quero apenas lembrar que muitas destas mulheres têm problemas intestinais que levam à má absorção de nutrientes. Ao ponto em que estou conversando com uma nutróloga para fazer injeções de complexo B na capital, por exemplo. Contar com alimentos é bonito, mas em casos em que doenças por deficiência de nutrientes já estão manifestas, suplementações podem ser mais interessantes.
De toda forma, a Embrapa afirma que a quantidade de selênio na castanha é altamente variável, porque depende totalmente da riqueza do solo. Pesquisadores encontraram uma diferença de até 5x no teor de selênio comparando castanhas produzidas em diferentes solos. Aqui, é ingênuo afirmar que “três castanhas ao dia é suficiente” para alcançar os 55mcg sugeridos em manutenção, quem dirá 200mcg em dose terapêutica.
Mesmo assim, alguns alimentos ricos em selênio são: castanha do pará, frango, gemas, sementes de girassol, sardinhas, presunto e porco, cogumelo, espinafre etc. Não à toa, estes alimentos estão na minha lista de superfoods cetogênicas.
Observação: não entrarei nisso neste conteúdo, mas outro suplemento muito usado para estes casos é a Nigella sativa L. (N.sativa), também conhecida como cominho preto, que elevou T3 e reduziu TSH e Anti-TPO em 8 semanas de tratamento em estudo randomizado controlado.
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