Por que mulheres emagrecem menos em low carb do que homens? O DIETFITS Study (Stanford, 2018) foi um dos mais completos estudos sobre emagrecimento e nos traz a resposta à fatídica questão. Na pesquisa, 609 homens e mulheres foram randomizados em dietas low carb e low fat por um ano.

As dietas eram altamente densas e removiam açúcar adicionado e grãos refinados e minimizavam ao máximo o consumo de produtos industrializados. Perfeito.

Resultados: na foto abaixo, você vê como homens em low carb perderam muito mais peso e gordura durante o período. Ainda, como mulheres em low carb foram o pior grupo, perdendo menos gordura corporal.

Disclaimer: este conteúdo é informativo para o público em geral com base em pesquisas científicas e não substitui avaliação com seu profissional de saúde.

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O resultado do DIETFITS parece um problema para nós, mulheres. Porém, agora, a equipe está fazendo uma nova análise dos resultados. No Low Carb Denver 2020, a pesquisadora responsável, Lucia Aronica, apresentou a nova hipótese de Stanford:

Mulheres em Low Carb perderam menos peso porque saíram mais vezes da dieta.

Dos 4 grupos, as chamadas “jacadas” (saídas da dieta com episódios de alto carboidrato) aconteceram mais nas MULHERES LOW CARB. Na foto abaixo, veja a diferença no emagrecimento quando a taxa de adesão entre os grupos é aproximada: quando todos se mantêm na dieta, todos perdem basicamente o mesmo.

 

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Ou seja, a diferença no emagrecimento está na jacada, algo que repito incansavelmente. Esta é a chave dos meus tratamentos: “não falarei de perda de peso até acabar com os episódios de alto carboidrato”.

Uma questão norteia os pesquisadores de Stanford agora: por que mulheres em low carb jacam mais?

A linha de conclusão dos cientistas é de que mulheres têm medo da gordura, algo cultural que se perpetua. E, como muito digo aqui, “dieta de baixo carboidrato e de baixa gordura” é o caminho para a inanição >> para a desregulação energética >> para episódios de compulsão alimentar: para a jacada que trava seu emagrecimento.

Mulheres se colocam em restrição extrema e, assim, cavam o caminho para os episódios de compulsão.

Mulheres possuem ciclos delicados, em que determinadas fases do mês, como ovulação, fase lútea, TPM, significam desregulação de glicose, estado de alerta, elevação do metabolismo. Quadros como insônia, restrição calórica, excesso de atividade física ou cognitiva agravam o problema e devem ser observados em uma árdua busca pelo equilíbrio energético através de modulação de vida e dieta.

Abastecer este cérebro com os melhores combustíveis é fundamental e esta é a proposta da Dieta Cetogênica: melhorar o combustível, não privar o organismo de combustível, exacerbando as crises.

Ainda, uma frase marca minha atuação: a cetose não lhe salvará da vida que exige a crise. Ou seja, não basta tomar litros de MCT para perpetuar um cotidiano acima dos limites pessoais, que são sim variáveis nas mulheres. Vida e dieta andam juntos na jornada pelo equilíbrio do cérebro que se manifesta no prato.

Antes de partir, enfatizo um dado desta pesquisa: mulheres em low carb com ALTA TAXA DE ADESÃO perderam NOVE QUILOS EM UM ANO. Observe como sua meta trai o princípio do equilíbrio. Se bem conheço os supostos milagres da cetogênica para emagrecimento da internet, suas metas pessoais são o triplo ou quádruplo disso. E a restrição necessária para alcançar esta meta é justamente o caminho para os episódios de compulsão. Fique atenta. 

Assista à Lucia Aronica no Low Carb Denver:

 

 

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